Megadeth 1986: (esq-dir) Ellefson, Samuelson, Mustaine e Poland. |
Saudações.
Em março de 1986 Mustaine, Poland, Ellefson e Samuelson já tinham composto e registrado todas as oito faixas que figurariam no próximo álbum da Megadeth. Mesmo com os constantes problemas devido aos excessos (drogas e bebidas) "Peace Sells... but Who's Buying?" seria produzido e lançado até novembro daquele mesmo ano, novamente pela Combat Records. Confirmando o talento e a maturidade de Mustaine projetada em suas músicas, a agressividade e a velocidade inerente ao Thrash instituído pela banda, mais uma vez, seriam colocados à serviço das letras cheias de raiva e ironia. É verdade que temas recorrentes do Heavy Metal - como o demônio, o medo e a magia - ainda estavam lá, em faixas como "The Conjuring", "Good Mourning/Black Friday" e "Bad Omen", mas, de fato, a Megadeth passou a mirar direto nas fraquezas humanas, suas mazelas e pequenez. Muitos críticos enxergaram em "Peace Sells..." a consciência política do Punk levada aos limites do peso do Metal. Desde o título do disco, inspirado num artigo da revista Reader's Digest, passando pela capa, com o mascote Vic Rattlehead oferecendo à venda o prédio das Nações Unidas destruído - numa clara referência ao fato de que mais discutimos sobre a paz do que a promovemos de fato - até desaguar, por fim, nas músicas, tudo exalava frustração e raiva quanto ao comportamento humano. Dos valores à sociedade ("Peace Sells"), passando pela canalhice barata ("Wake Up Dead"), até chegar ao sistema ("Devil's Island"), nada escapou da crítica ácida e do questionamento cínico da Megadeth. Completavam o disco a versão de "I Ain't Superstitious" (original de Howlin' Wolf) e "My Last Words", onde Mustaine crava: "sua vida é como um gatilho: nunca causa problemas até que seja apertada".
Infelizmente os poucos recursos da Combat Records resultaram numa produção final do disco que desagradou à banda. Com o material já pronto Mustaine procurou a Capitol Records que se propôs a comprar os direitos do novo disco e produzir as músicas mais profissionalmente. E assim foi feito. A divulgação do disco foi feita com excursões ao lado de nomes como Alice Cooper, Mercyful Fate, Overkill e Necros. Diz a lenda que Cooper chegou a ir ao ônibus da banda para conversar com os integrantes sobre os vícios e os prejuízos que eles poderiam causar à banda. Não adiantou: Chris Poland e Gar Samuelson tiveram que ser demitidos ao final da turnê devido aos exageros na estrada. Samuelson não conseguia cumprir os compromissos e temia-se que não conseguisse executar as músicas no palco (acabou falecendo de insuficiência hepática em julho de 99). Poland, por sua vez, foi acusado de ter vendido equipamentos da banda pra comprar drogas - o que acabaria se tornando a música "Liar", do terceiro disco da Megadeth.
Mas isso fica pro próximo capítulo.
Cara, tenho entrado aqui, e acompanhado sua série do Megadeth, acho que voce esta sabendo mostrar de um jeito diferente e interessante, que de para todos lerem e não ficar un negoçio chato. Os títulos, as imagens e o conteúdo estão ótimos. Parabéns !!!
ResponderExcluirwww.destroyerockcity.blogspot.com
Valeu, Guilherme.
ResponderExcluirConsidero a Megadeth uma grande banda e Mustaine, com sua personalidade controversa, uma figuraça histórica do Rock.
Obrigado pelo comentário e pelo elogio.