Megadeth 1994 (esq-dir): Menza, Mustaine, Friedman e Ellefson. |
Saudações.
Levou 10 anos para que Dave Mustaine e a Megadeth conseguissem convencer mercado, crítica e público. Em 93 seus álbuns vendiam bem, a crítica especializada reconhecia a banda como um dos nomes importantes do Metal e os fãs já não se dividiam entre "contra" e "a favor" dessa ou daquela banda. O tempo e o talento haviam finalmente estabelecido um lugar ao sol para Mustaine e sua Megadeth. Para o próximo passo a aposta foi inusitada: construir um estúdio particular em Phoenix, Arizona. A atitude pode parecer excêntrica demais mas com dois dos quatro membros da banda vivendo naquele estado, com a limitação técnica do Phase Four Studios (local dos primeiros trabalhos da banda pro novo disco) e a falta de alternativas viáveis nas proximidades, a escolha até que acabou sendo bem razoável. Pela primeira vez a banda pôde compor e arranjar todas as faixas em estúdio - o que se pode conferir no vídeo "Evolver: The Making of Youthanasia". Oito meses se passaram até que "Youthanasia" ficasse pronto. Produzido por Max Norman o disco estreiou na posição de número 4 da Billboard americana. Apostando ainda numa formatação mais acessível às rádios, baseada em estruturas mais convencionais de composições, faixas mais curtas e arranjos vocais bem trabalhados, "Youthanasia" marcou, de fato, a transição da Megadeth para uma fase mais profissional, atenta tanto aos aspectos criativos quanto à imagem da banda. No encarte, junto com as fotos produzidas por Richard Avedon, adesivos anunciavam o website da banda em que os fãs poderiam interagir em fóruns, promoções e colunas periódicas de Mustaine e dos demais membros da banda. "Train of Consequences", o primeiro single, alcançou a posição de número 29 da Billboard. "À Tout Le Monde", o segundo single, teve seu vídeo boicotado pela MTV que se negou a passá-lo por julgar que a composição de Mustaine fazia apologia ao suicídio. Puro conservadorismo pois no geral "Youthanasia" é um dos discos mais comportados de Mustaine e seus companheiros em sua primeira fase. Prova disso eram as faixas restantes - "Addicted to Chaos", "Elysian Fields", "The Killing Road", "Blood of Heroes", "Family Tree", "Youthanasia", "I Thought I Knew It All", "Black Curtains" e "Victory" - que se equilibravam perfeita e comportadamente entre a sonoridade agressiva e veloz da Megadeth e os princípios da acessibilidade: faixas curtas e com momentos memoráveis capazes de agradar como bons hits de FM. Seguiram-se as turnês com Corrosion of Conformity, Flotsam and Jetsam, Korn, Fear Factory e o Monsters of Rock brasileiro daquele ano. Quase que no mesmo período a faixa "Diadems" figurou na trilha sonora do filme "Tales from the Crypt Presents: Demon Knight". "Paranoid", por sua vez, apareceu na primeira versão do tributo ao Black Sabbath, "Nativity in Black", comprovando que a relevância da Megadeth permanecia em alta.
Tudo muito bem produzido, muito bem executado e muito bem finalizado mas os fãs começavam a se perguntar: até onde Mustaine aplacaria sua fúria e extenderia sua matriz musical para alacançar as rádios e mais público?
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