As vozes do rock nacional III

Como prometido aqui está mais uma postagem da sequência "As vozes do rock nacional", outro grande ídolo do rock nacional foi Cazuza, suas letras simples, diziam muito, expressavam sua revolta, indignação (na verdade ele representou a voz de muitos brasileiros) com a política, com a sociedade corrupta, uma das suas músicas que marcou a época foi "Brasil", descrevendo um Brasil real, sujo e corrupto.

CAZUZA

Introdução

Cazuza, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de Abril de 1958 e faleceu em 7 de Julho de 1990, foi um cantor que ganhou destaque no rock nacional, por ter sido também grande compositor, vocalista da banda Barão Vermelho tornou-se símbolo da sua geração, sua parceria com Roberto Frejat fez sucessos como
"Todo amor que houver nessa vida", Pro dia nascer feliz", " Maior abandonado", entre outros. Já em carreira solo Cazuza compôs sucessos como "Exagerado", "Ideologia", "Brasil", "Faz parte do meu show", "O tempo não pára" (claro que estes são apenas os que receberam grande destaque, há muitos outros).

Ficou conhecido como um artista polêmico, o que realmente era, declarou ser bissexual em entrevistas, logo após declarou ser soropositivo e faleceu em 1990 devido à doença.

A carreira

Cazuza se junta a banda Barão Vermelho, e passa a compor com Roberto Frejat, tornaram a dupla mais ovacionada e querida pelos fãs do rock nacional, vale ressaltar que a banda ganhou destaque quando Ney Matogrosso gravou "Pro dia nascer feliz" (era o empurrão que faltava para o sucesso).

Em Janeiro de 1985, nos dias 15 e 20, o Barão Vermelho se apresentou na primeira edição do Rock in Rio, a apresentação da banda foi marcada, por coincidir com a eleição do presidente Tancredo Neves e consequentemente com o fim da ditadura militar, Cazuza fez esse anúncio e para comemorar cantou o sucesso "Pro dia nascer feliz".

Algum tempo depois Cazuza deixa a banda, para seguir carreira solo, (há suspeitas de que foi nesse mesmo ano que surgiram os indícios da AIDS, que o levaria a morte anos depois).

A morte

Cazuza morreu em 7 de Julho de 1990, aos 32 anos, devido à AIDS. Compareceram em seu funeral mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs, seu caixão foi carregado por seus parceiros do Barão Vermelho, enterrado no Rio de Janeiro.

Após sua morte seus pais criaram a Sociedade Viva Cazuza, que tem como objetivo dar uma vida mais confortável à crianças portadoras do vírus da AIDS, a cantora Cássia Eller, lhe fez uma homenagem, em 1997, onde lançou um álbum, com apenas composições dele. E em 2004 recebeu um filme biográfico de Sandra Werneck de nome "Cazuza - O tempo não pára".

"A vida é bela e cruel despida,
Tão desprevenida e exata, que um dia acaba"

Cazuza

Brasil

Cazuza

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito é uma navalha

Brasil
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada pra só dizer "sim, sim"

Brasil
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Grande pátria desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
(Não vou te trair)