Quem diria!! O download alimenta a Indústria!!

Quantas vezes você já ouviu dizer que
o download está matando a indústria da música?
Greg Frazier, vice-presidente da Associação Cinematográfica dos EUA (MPAA), declarou que não se interessa em democratizaar a cultura (ainda bem que não dependemos dele pra isso!). Afirmou, ainda, que não há diferença entre “entrar em uma videolocadora, colocar um DVD no bolso e sair andando” e “sentar diante de um computador em casa e baixar um filme” (muito obrigada pela parte que me toca, mr. Frazier). Com certeza ele não entende - e nunca vai entender -
a economia do conhecimento, a lógica da cooperação e o caráter cooperativo das novas tecnologias.
Google, Facebook e Twitter, por exemplo, entendem - e por isso têm se dado tão bem. Não são sites produtores de conteúdos mas sim plataformas dinâmicas que permitem às pessoas trocar conteúdos e experiências.
"Mas produzir música custa caro!", diria o engravatado VP da MPAA entre uma baforada de charuto e um gole de whiskey. "E além disso, se ninguém comprar os CDs as gravadoras fecham e todos perdem!" - concluiria Frazier.
Fato: na última década a receita das grandes gravadores encolheu 40%.
Dito isto fica fácil apontar e culpar os downloads pela crise, certo?
ERRADO!
O cálculo das gravadoras parte do princípio de que as cópias ilegais substituem diretamente a venda de um produto original - o que não é comprovado (segundo dados obtidos pela London School of Economics and Political Science). A maioria dos internautas que baixa CDs não compraria o mesmo produto, caso não tivesse a oportunidade de obtê-lo de graça.
E mais: a compra de CDs entre pessoas que não possuem computador, e que portanto estão menos propensas a fazer downloads, caiu 43% entre 1999 e 2004 (segundo dados das Universidades de Harvard e Kansas). O motivo? Alta do custo de vida, meus caros (entre ouvir uma musiquinha de vez em quando e almoçar todo dia a barriga fala mais alto). No fim das contas, segundo o mesmo estudo, o download responde por apenas 20% da diminuição das vendas de discos.

Mas o espantoso vem agora:
de 2000 pra cá o lançamento de discos novos mais do que dobrou, e, se somarmos ao lucro das vendas de discos a receita obtida em shows e festivais de música, veremos que a indústria fonográfica registrou um crescimento de 5% entre 1997 e 2007!!
Pense em quantas bandas você conheceu através de um inocente e despretencioso download e passou a consumir seus produtos - cds, camisetas, shows - tudo original?

Quem diria!! O download alimenta a Indústria!

(Postagem baseada no artigo "Democratizar a cultura", do sociólogo e doutorando em ciências sociais pela PUC-RJ, Antonio Engelke.

Um comentário:

  1. Realmente é verdade.

    Estamos em uma época em que novas mídias como as redes sociais, por exemplo, estão sendo criadas porque há uma necessidade nossa de interagir com as pessoas, de compartilhar links, baixar músicas. O download, nada mais é do que um CD em formato digital, mas nenhuma tecnologia nova, substitui a anterior. Quem estuda a Comunicação percebe isso. Se isso acontecesse, não teríamos mais o rádio, a televisão, as cartas... o que acontece é o fato de que esses meios antigos se adaptam para interagirem com as novas tecnologias.

    As pessoas que viveram outras épocas não compreendem isso, e colocam a culpa da queda das vendas especialmente nos downloads, mais existem muitos outros fatores que contribuem para isso. O download, como foi dito, até ajuda a movimentar a indústria fonográfica. Para se chegar a uma conclusão sobre esse problema, deve-se fazer uma análise geral ao invés de ser tão determinista.

    http://comissaodorock.blogspot.com

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